O que o levou a fazer esta viagem?
Sempre viajei imenso pelo mundo, principalmente para destinos menos óbvios como o Irão, Iraque ou Paquistão. Há três anos estive no Bangladesh e apaixonei-me pela pureza das pessoas. Fiquei muitas vezes comovido pela pobreza que via nas ruas. Após ler o livro de Maria Conceição e saber do seu projeto, decidi fazer uma viagem desde Portugal até ao Bangladesh com o intuito de ajudar as crianças da Fundação Maria Cristina, em Daca.
Pensa retomar a viagem no verão, a partir do Irão e até ao Bangladesh, onde terminará… Angariou 1000 euros, até agora, para a Fundação Maria Cristina. Quanto gostaria de angariar mais?
Sim, começa no Irão e acaba mesmo no Bangladesh, onde irei ficar algum tempo com as crianças da Fundação. Consegui cerca de 1000 euros, mas como é obvio gostaria de conseguir angariar mais. Muito mais.
Como consegue compatibilizar esta aventura com a vida profissional e o suporte financeiro para a tornar possível?
Consigo compatibilizar as duas coisas porque pedi dois anos sabáticos na escola onde leciono.
Quanto ao suporte financeiro: gasto cerca de 10 euros por dia e tenho conseguido, porque ando à boleia e acampo e, muitas vezes, fico hospedado em casa dos nativos que me recebem de braços abertos.
Há algum episódio desta aventura que queira partilhar?
Um dos episódios que mais me marcou foi chegar aos Camarões, desde a Nigéria, num cargueiro, tal como aconteceu há 500 anos com os portugueses.
Viajar no continente africano é uma inopinada surpresa a cada passo. A palavra impossível não consta numa enciclopédia africana. Os meios de transporte não têm hora de partida. Saem quando estiverem cheios, ou melhor, a abarrotar. Há sempre lugar para mais um e para mais uns quantos.
É, sem dúvida, um mundo à parte onde tudo é vivido de forma bastante intensa.
Apesar de alguns percalços, tenho aprendido imenso sobre as diversas culturas pelo mundo.
Quais os motivos que o levaram a estudar na Universidade de Aveiro?
O meu motivo para estudar na UA foi dar continuidade ao estudo de piano, que já tinha anteriormente realizado na cidade do Porto. Desde novo que já tinha em mente fazer uma carreira musical.
O curso correspondeu e ultrapassou as minhas expectativas. Aprendi imenso com todos os professores.
Todo o curso, assim como todas as cadeiras que tive na UA foram fundamentais para uma melhor preparação futura como professor e pessoa.
O que mais o marcou na Universidade de Aveiro?
O que mais me marcou na UA foi todo o companheirismo e amizade que criei com imensas pessoas.
Houve tempo para tudo. Tempo para estudar, para conviver e para crescer como ser humano. Foi indubitavelmente uma lição de vida onde aprendemos também a desenrascar-nos com a ajuda dos nossos colegas de casa e de curso. Esta foi, sem dúvida, a minha primeira grande viagem fora do meu habitat natural, ao qual estava acostumado.
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