Para além das mostras, patentes até 28 de fevereiro no espaço da Livraria Lello, os festejos de aniversário da centenária livraria incluem ainda uma mesa redonda sobre o tema “O Porto, o Fado e outras Músicas”. Na conversa promovida pela UA a partir das 16h30 vão estar presentes a etnomusicóloga e docente da UA, Maria do Rosário Pestana, o diretor da editora Tradisom José Moças e o divulgador musical e docente Jorge Castro Ribeiro.
“Não poderíamos estar mais satisfeitos por ver associado o nome da UA e de alguns dos nossos doadores, como o autor e compositor Frederico de Freitas, o ‘violeiro’ Joaquim Domingos Capela e o especialista José Moças, às comemorações do aniversário da Livraria Lello”, congratula-se Alexandra Queirós, Vice-reitora para a Cultura e a Vida nos Campi.
“Poder divulgar o nosso acervo em parceria com a Livraria Lello, que nos enche o imaginário, quer pela sua beleza arquitetónica, mas acima de tudo pelo seu saber livreiro e pela sua importância na divulgação e preservação de cultura, é um motivo de enorme orgulho para a UA, que ao chegar ao seu quadragésimo quinto aniversário se associa a uma instituição centenária como a Livraria Lello”, afirma a responsável.
Programa de aniversário da Lello:
_ Inauguração às 16h00 da mostra “A Severa que vocês não Viram”
A UA desvenda um pouco dos bastidores da gravação musical e cénica do que é considerado o primeiro fonofilme de realização portuguesa “A Severa”, de Leitão de Barros (1931), dedicado à hipotética biografia de uma figura central da história do fado em Portugal - Maria Severa Onofriana.
Através de um conjunto de peças do acervo do compositor e maestro Frederico de Freitas (1902-1980), que integra partituras, discos, fotografias, e outros documentos originais, destaca-se a importância do filme na construção de um reportório que se emancipou do compositor, Frederico de Freitas, e que foi apropriado como património cultural e de memória, no quadro da música popular portuguesa.
Esta mostra, patente até 28 de fevereiro, é complementada pela aplicação “Severa de Bolso” que possibilita a interação com esse universo e pela apresentação do cartaz original do filme, cedido pela Cinemateca Portuguesa.
_ Inauguração da mostra “Porto 1900: as primeiras expedições de gravação em Portugal”
Berliners de 7’’ é a designação pela qual são conhecidos os discos de goma-laca que foram gravados no Porto, em 1900 por William Sinkler Darby, aquando da sua deslocação a Portugal para divulgar o gramofone de Emile Berliner, numa das primeiras expedições para gravação de discos de 78 r.p.m. de repertório português.
Sabe-se que pelo menos 29 destas gravações seriam de fado. Poucos são os exemplares que ainda existem. Nesta mostra, que está patente até 28 de fevereiro, apresentam-se quatro discos Berliner e outros discos que apresentam gravações seguintes efetuadas no Porto. Trata-se de exemplares da Coleção José Moças, património da UA, que integram o acervo do Museu desta Universidade, sendo alvo de investigação e divulgação.
Como contraponto, a Livraria Lello acrescenta a esta mostra o último disco de fado lançado no Porto: O Fado da Livraria Lello. Com letra de Maria do Rosário Pedreira, e interpretação da fadista Patrícia Costa, aluna do mestrado em Música da UA, foi apresentado a 27 de novembro de 2018.
_ Início às 16h30 da mesa redonda “O Porto, o Fado e outras Músicas”
Conversa aberta promovida pela UA com os convidados:
- José Moças – interessado no estudo, recuperação e edição de fontes históricas de música, é proprietário e diretor da Tradisom, editora discográfica dedicada ao universo da música lusófona e edição de bibliografia temática. Em 2012 doou à UA uma coleção de 6000 discos portugueses referentes ao período entre 1900 a 1961.
- Maria do Rosário Pestana – doutorada em Etnomusicologia, é professora auxiliar na Universidade de Aveiro e integra o Instituto de Etnomusicologia, Centro de Estudos em Música e Dança. Desenvolveu investigação de arquivo e de campo em Portugal, França e na Suíça, que resultou em publicações sobre: folclore e folclorização, música e emigração, comunidades musicais, música e movimentos sociais e indústrias culturais.
- Jorge Castro Ribeiro – doutorado em Música (Etnomusicologia) pela UA, desenvolve trabalho de campo e pesquisa em arquivos e centros de documentação. Os seus domínios principais de interesse científico são a música cabo-verdiana, a música em Portugal, a migração, os estudos poscoloniais, a música e educação, a música no espaço lusófono e música como património cultural imaterial. É vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Casa da Música, no Porto.
Esta sequência de eventos será pontuada pela participação musical da fadista Patrícia Costa.