O projeto “CENTR(AR): pulmões em andamento” cuja equipa é composta por Alda Marques (investigadora responsável), Patrícia Rebelo, Cristina Jácome, Célia Freitas, Luísa Pereira, Eurico Silva, Filipa Barros, Isabel Moreira, André Roque, Ana Oliveira, Carla Valente, Vitória Martins e Cidália Rodrigues, recebeu o Prémio Robalo Cordeiro SPP/Novartis 2019 (ex-aequo).
O prémio Thomé Villar foi atribuído ao trabalho "A Randomized Controlled Trial Of Respiratory Physiotherapy In Lower Respiratory Tract Infections” desenvolvido numa parceria entre a ESSUA e o Centro Hospitalar do Baixo Vouga. O trabalho demonstra que a adição da fisioterapia respiratória (i.e., técnicas respiratórias; técnicas de desobstrução brônquica; treino de exercício físico e educação) ao tratamento farmacológico das pessoas com infeções respiratórias do trato inferior resulta em melhorias significativas nos sintomas (e.g., falta de ar, cansaço), tolerância ao esforço e qualidade de vida.
As infeções respiratórias do trato inferior são já a 4ª causa de morte a nivel mundial e são altamente prevalentes na população. Na sua maioria não carecem de hospitalização e são geridas na comunidade.
O prémio Robalo Cordeiro foi atribuído a um projeto desenvolvido numa parceria entre a ESSUA e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda - ESTGA, os Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Vouga e do Baixo Mondego, os Centros Hospitalares do Baixo Vouga e de Coimbra, e o Hospital Distrital da Figueira da Foz.
O projeto visa manter as pessoas com doença respiratória crónica fisicamente ativas na comunidade e em atividades da sua preferência, após programas de reabilitação respiratória. Este projeto preconiza uma parceria entre a academia, os serviços de saúde (cuidados de saúde primários e diferenciados) e os municípios da região centro de Portugal. As doenças respiratórias crónicas são líderes de mortalidade e morbilidade no mundo e em Portugal, e prevê-se que o número de pessoas afetadas continue a aumentar.
A reabilitação respiratória é o tratamento mais custo-efetivo para gerir as doenças respiratórias crónicas. Trata-se de um tratamento não farmacológico, composto essencialmente por treino de exercício físico, educação e apoio psicossocial, que beneficia as pessoas com doença respiratória crónica em múltiplas áreas: física (e.g., aumento da tolerância ao esforço, da força muscular, da funcionalidade), emocional (e.g., diminuição da ansiedade e da depressão) e social (e.g., aumento da socialização e melhoria do funcionamento familiar), capacitando-as para a autogestão da doença (e.g., controlo dos sintomas e adoção de estilos de vida saudáveis). No entanto, a reabilitação respiratória é finita no tempo (normalmente dura 3 meses) e se as pessoas não se mantiverem fisicamente ativas os seus benefícios declinam.
Atualmente, as atividades físicas comunitárias que permitem a integração das pessoas com doença respiratória crónica são praticamente inexistentes. O projeto ganhador do prémio, procura sensibilizar a comunidade em geral para as doenças respiratórias crónicas e promover estratégias de prática de atividade física socialmente inclusivas, sedimentadas no contexto local das pessoas e de acordo com as suas preferências.
Os prémios foram atribuídos no dia 7 de novembro na sessão de abertura do 35º Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que se realizou no Algarve.