As Instituições de Ensino Superior (IES) devem preparar os seus alunos para adquirirem não só as competências técnico-científicas específicas do curso que escolheram, mas também devem oferecer-lhes a possibilidade de adquirirem competências transversais que lhes permitam melhorar a sua empregabilidade. Abel Salazar dizia que “Um médico que apenas sabe medicina nem medicina sabe”. Isto aplica-se a todas as profissões e, por isso, é responsabilidade das IES oferecerem aos seus alunos, outras competências para além das competências técnico-científicas específicas da sua área formativa.
Estudos recentes têm confirmado que os empregadores embora naturalmente valorizem as competências técnico-científicas específicas dos diplomados do ensino superior, reconhecem a importância de competências transversais como a Capacidade de trabalhar em equipa, a Análise e resolução de problemas, a Capacidade de comunicação, a Aprendizagem ao longo da vida, o Domínio de uma língua estrangeira, a Literacia digital, a Adaptação e flexibilidade e a Gestão do tempo, entre outras.
Num mundo em permanente mudança, o estímulo ao empreendedorismo de base tecnológica, o advento da 4ª revolução industrial através da digitalização da indústria a que se convencionou chamar Indústria 4.0, as preocupações ambientais, o crescimento do turismo, a utilização das energias renováveis, a crescente introdução das tecnologias e de novos materiais na área da saúde ditarão no futuro as competências essências à empregabilidade dos diplomados.
Na área das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e da digitalização da indústria prevê-se a necessidade de adaptação ao avanço acelerado da tecnologia com o surgimento de novos produtos e serviços que será necessário dominar, exigindo-se uma atualização constante de conhecimentos. As novas tecnologias associadas à saúde exigirão para além do conhecimento clínico também conhecimentos tecnológicos ou capacidade de trabalho em equipas multidisciplinares. Por fim deve referir-se também que a globalização da economia exigirá capacidade de adaptação a outros mercados e vivência internacional.
Nota: artigo de opinião publicado na edição de 8 de outubro do semanário Expresso